
Desmistificando os modos gregos 3/15: Sequência de acordes diatónicos
Last Updated on 8 Abril, 2019 by Ricardo Frade
No artigo anterior falámos do conhecimento essencial para começarmos a aprender modos gregos. Antes de percebermos como os modos funcionam temos de entender como os acordes são extraídos de uma tonalidade. Vamos fazer todos os seguintes exemplos no tom de Dó maior – mas você deve fazer todos os “cálculos” de novo sozinho, pelo menos em alguns outros tons para assegurar que interioriza o conceito de forma apropriada.
Vou explicar a relação com os modos no próximo artigo. Este deve ser apenas revisão, se este artigo é completamente desconhecido para si, então aconselho que afie o seu conhecimento de teoria musical (pode ver o nosso ebook), ou outro livro de teoria musical.

As notas da escala de Dó maior são Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si. A escala de Dó maior não têm sustenidos ou bemóis. Como você deverá saber uma tríade é um acorde de três notas que contem a tónica, terça e a quinta. Tenho de assumir que você já entende as diferenças entre tríades maiores e menores (terça menor) e as tríades diminutas (terça menor e quinta diminuta).
Quando estas tríades são formadas de cada grau da escala obtemos uma série de acordes, chamada Sequência de acordes diatónicos, a famosa escala harmonizada. Ainda mais é revelado quando olhamos para tétrades diatónicas (acordes de quatro notas). Deve saber a formação acordes Maior 7, menor 7, 7 Dominante e meio diminutos. No ebook de teoria musical isto é explicado com mais pormenor.
Vamos olhar para os acordes diatónicos como tríades e como tétrades
Grau | Notas da tríade | Acorde | Notas da tétrade | Acorde |
I | Dó – Mi – Sol | Dó maior | Dó – Mi – Sol – Si | Dó maior 7 |
II | Ré – Fá – Lá | Ré menor | Ré – Fá – Lá – Dó | Ré menor 7 |
III | Mi – Sol – Si | Mi menor | Mi – Sol – Si – Ré | Mi menor 7 |
IV | Fá – Lá – Dó | Fá maior | Fá – Lá – Dó – Mi | Fá maior 7 |
V | Sol – Si – Ré | Sol maior | Sol – Si – Ré – Fá | Sol 7 dominante |
VI | Lá – Dó – Mi | Lá menor | Lá – Dó – Mi – Sol | Lá menor 7 |
VII | Si – Ré – Fá | Si diminuto | Si – Ré – Fá – Lá | Si 7 meio diminuto |
Neste momento também deverá saber que para improvisar em cima de qualquer dos acordes em cima pode tocar a escala de Dó maior. Assegure-se que repara que a ordem dos acordes se mantém igual em qualquer tom. Então pode aplicar esta sequência de acordes nas notas de qualquer escala maior. Se tiver dificuldades veja o nosso artigo sobre harmonizar escalas e tente você harmonizar duas ou três escalas à sua escolha. Veja em baixo a sequência da qualidade das tríades e tétrades na escala maior:
I | II | III | IV | V | VI | VII | |
Triades | Maior | Menor | Menor | Maior | Maior | Menor | Diminuta |
Tétrades | Maior 7 | Menor 7 | Menor 7 | Maior 7 | Dominante | Menor 7 | Meia diminuta |
Antes sequer de pensar em modos gregos já terá de ser bom a tocar em cima destes acordes em qualquer ordem, e os seus ouvidos têm de estar apurados a ouvir quando está numa nota boa e quando está numa nota má. Escolha um tom, escreva os acordes diatónicos desse tom, grave-os e pratique a tocar solos improvisados em cima.
Ou toque com um amigo, e peça-o para tocar qualquer sequência com os acordes desse tom (ele tem de se manter a tocar apenas os acordes desse tom) e então improvise em cima. Geralmente uma nota boa irá ser uma nota do acorde que está a ser tocado. As notas más serão as notas que estão no meio. Apure os seus ouvidos a identificar as boas notas. Há teoria por trás disto claro, e iremos explicar isso tudo, mas mais importante é que o seu ouvido consiga entender a diferença entre boas e más notas.
Lembre-se que a música é uma questão de ouvir, não de pensar!