
The Doors
Last Updated on 13 Maio, 2014 by
Jim Morrison foi um dos rebeldes do Rock e talvez tenha sido inevitável – também um dos seus mártires. Intérprete atraente, em três anos tornou-se num alcoôlatra gorducho. Foi preso em duas ocasiões, incitava frequentemente as plateias à revolução e, ao final da carreira muitas vezes interrompia as suas apresentações no meio das canções. Mas quando no seu apogeu foi um extraordinário cantor e compositor. Apesar dos outros membros do grupo serem excelentes músicos, Jim Morrison era a essência dos The Doors.

James Douglas Morrison nasceu em Dezembro de 1943, na Florida, de uma família de militares. Quando estudava cinema na universidade de Los Angeles conheceu Ray Manzarek. Manzarek e Jim encontraram-se ao acaso na praia de Venice onde Morrison disse a Manzarek que estava a viver no telhado de um amigo e escrevia poemas e canções. Manzarek que já era músico amador, pediu a Jim Morrison que lhe cantasse uma. Morrison hesitou, mas após ouvir a qualidade da letra Moonlight Drive (que viria a ser um sucesso conhecido mundialmente) Manzarek decidiu combinar a poesia de Jim Morrison com música. Então com o guitarrista Robbie Krieger, o baterista John Densmore, Manzarek nas teclas, e Jim Morrison na voz nasceram os The Doors.
Empregara-se no clube noturno da moda em Los Angeles, o Whiskey A-Go-Go. Numa dessas noites eles tocaram The End, uma canção longa e semi-improvisada que tratava do assassinato de um pai pelo filho e o desejo sexual pela mãe, uma alusão ao complexo de Édipo, teoria de Sigmund Freud. O empresário da boate numa era conservadora despediu-os, mas Jack Holzman da editora Elektra, estava lá e ficou impressionado com o grupo. O primeiro disco, lançado em 1967 foi um sucesso imediato. The End demonstrava bem os assuntos que preocupavam Jim Morrison: morte, culpa, sexo e violência. Este álbum tinha uma música escrita pelo guitarrista Robbie Krieger, a primeira que ele escrevera, que iria tornar-se um dos hinos do Rock: Light my Fire.

A presença e o show de Morrison no palco eram uma cuidados mistura de pseudo-violência ameaçadora e uma latente sexualidade animal. O segundo disco foi mais estranho nas suas letras, mas tão bem recebido quanto o primeiro. Músicas como When the Music’s Over, Stranges Days e People are Strange chegaram para ficar marcados na história do Rock. Apesar da postura grosseira ou rude, Jim Morrison era altamente culto e profundamente interessado em ideias filosóficas. Isto evidencia-se no terceiro LP Waiting For the Sun em 1968. Foi de novo uma música escrita por Robbie Krieger, Hello I Love You que deu ao grupo outro 1º lugar nos EUA.
Jim Morrison ficava cada vez mais agressivo dentro e fora dos palcos. Em Dezembro de 1967 foi preso em palco por alegada linguagem obscena. Em Miami 1969, aconteceu o famoso incidente em que foi preso por alegado atentado ao pudor. Jim contribuiu com pouco material para o quarto disco: The Soft Parade. Era um álbum mais fraco e fez os The Doors serem acusados de serem tão comerciais como qualquer outro grupo. Eles responderam às criticas com Morrison Hotel, com excelentes arranjos instrumentais, letras inteligentes e bem construidas entres as quais, Queen of the Highway, dedicada à sua esposa Pamela.

A banda atingiu o seu ápice em 1971 com L.A. Woman, um álbum com muita influencia do blues. Os anos de excessos cometidos começaram a fazer-se sentir em Jim Morrison. Cansado, desiludido, com a saúde afetada e cada vez mais interessado em poesia largou a banda e foi para Paris, fugindo do fardo de estrela do Rock. Afinal Jim Morrison queria ser poeta e não estrela do Rock, e achou que este rótulo não lhe dava seriedade necessária. Morreu supostamente de paragem cardíaca, na banheira a 3 de Julho de 1971 aos 27 anos. A sua morte permanece um mistério visto que quase ninguém viu o seu corpo, ainda há quem acredite que simulou a sua morte. Tanto a música como a lenda de Morrison e os The Doors nunca morrerão.
Discografia essencial:
- The Doors;
- Strange Days;
- Waiting For the Sun;
- Morrison Hotel;
- Absolutely Live;
- L.A. Woman;
- An American Prayer;