
Sintetizadores
Last Updated on 2 Abril, 2019 by Ricardo Frade
Os sintetizadores têm um papel fundamental hoje em dia, seja para simularem outros instrumentos (piano, saxofone, strings, bateria, etc.), seja para a criação de novos sons. Na realidade, são dos instrumentos musicais mais usados na indústria da música Pop. Ao contrário da maioria dos instrumentos musicais, que têm como base princípios acústicos, os sintetizadores são instrumentos completamente eletrónicos. Hoje em dia, as tecnologias existentes nos sintetizadores podem ser divididas em 3 grandes grupos:
– Síntese pura (síntese aditiva, síntese subtrativa, FM);
– Sample based (wavetable, sampling);
– Physical modeling.
A síntese pura é também muitas vezes chamada de síntese analógica, e tenta criar sons com base em elementos eletrónicos analógicos, como osciladores, filtros, misturadores, etc. Entre as diversas técnicas deste tipo sobressaem três: síntese aditiva, síntese subtrativa e modulação por frequência (FM). Na síntese aditiva tentam criar-se os sons adicionando diversos c
omponentes simples (nomeadamente ondas sinusoides), até se obter os harmónicos desejados. Na síntese subtrativa, o principio é contrário. Parte-se com uma onda cheia de harmónicos (por exemplo a onda quadrada ou triangular) e, através de filtros, removem-se ou atenuam-se determinados harmónicos.
Na modulação de frequência (FM) o truque não passa por somar nem subtrair, antes poderíamos considerá-lo mais como uma multiplicação. O que se faz é modular uma onda com outra onda, ou seja, um determinado oscilador passa a ser controlado por outro oscilador. Esta técnica pode ser usada para criar muitos harmónicos, que podem ser distribuídos de forma muito criativa. Esta tecnologia teve o seu ponto alto com o aparecimento, na década de 80, do DX7 da Yamaha.
As técnicas sample based são baseadas em amostras de som previamente gravadas. Por exemplo, para simular o som de uma flauta, um sintetizador contém amostras gravadas de algumas notas da flauta. Quando se toca uma determinada nota, o sintetizador escolhe a amostra mais próxima, e caso seja preciso altera-lhe a altura aplicando-lhe um pitch-shifter ou algo similar.
No caso de a duração pretendida ser maior do que a amostra do sintetizador, opta-se por repetir a amostra (ou parte dela), várias vezes, criando o que se chama de loops. Entre as técnicas de sample-based existe uma diferença entre wavetable e sampling. Nas soluções wavetable são gravados pequeníssimos fragmentos de som em memórias ROM (Read only memory), que são memórias gravadas em fábrica e que não podem ser alteradas.
Nas soluções de sampling, tipicamente existe uma memória do tipo RAM (Random Access Memory), que pode ser alterada, e que o utilizador pode usar para colocar os seus próprios sons. Resumindo, podemos considerar wavetable como um conjunto de sons de fábrica (normalmente na ordem das centenas de sons diferentes), enquanto que o sampling oferece flexibilidade, normalmente com menos sons (embora o utilizador possa facilmente carregar sons externos), mas de maior qualidade, uma vez que as amostras têm uma duração maior.
O conceito de physical modelling tem como base a produção do som dos instrumentos a partir das equações acústicas que os regem, ou seja, meia dúzia de cientistas criam um conjunto de equações que definem o som produzido por um determinado instrumento, e com base nessas equações o sintetizador produz o som.
Atualmente começa a existir uma divisão comercial relativamente aos sintetizadores. Por um lado, temos os sintetizadores genéricos, cuja função principal é a simulação de instrumentos já existentes (piano, strings, etc) e que utilizam normalmente a tecnologia wavetable.
No outro extremo, para os músicos mais criativos que não pretendem simular instrumentos, mas criar os seus próprios sons, existem os sintetizadores com tecnologia “analógica”, e que são muitas vezes identificados pela enorme quantidade de botões que têm, de forma a facilitar a própria edição dos sons. Estes últimos são usados em especial em dance music.
Embora a maioria dos sintetizadores tenham um teclado, também existem na forma de módulos de sons. Um módulo de sons corresponde a um sintetizador normal, mas sem teclado, sendo por isso uma solução mais económica, que responde a mensagens MIDI vindas do exterior (por exemplo, de um teclado externo). Desta forma, muitos teclistas aumentam a sua gama de sons, sem precisar de acrescentar teclados em cima de teclados.
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