
Problemas Eletroacústicos: Distorção
Last Updated on 31 Março, 2019 by Ricardo Frade
Devido a um conjunto de situações, qualquer sinal de áudio vai-se degradando à medida que passa pelos diversos equipamentos. Para além do ruído que vai sendo adicionado, o próprio sinal sofre transformações que irão alterar a sua própria forma de onda, criando harmónicos adicionais. É a estas transformações que se dá o nome de distorção, uma vez que o sinal sofre pequenas distorções na sua forma de onda.
Qualquer saída de áudio é concebida para que possa produzir uma determinada gama de valores. No entanto, por muito bom que seja o aparelho, essa gama de valores tem um limite. Como podemos ver na figura seguinte, se aumentarmos demasiado um sinal, sempre que este atingir esse limite a sua forma de onda começa a ficar cortada. Se a forma de onda é alterada, então significa que passa a ter frequências (harmónicos) diferentes.
Isto acontece quando se aumenta demasiado o sinal, ou quando este é forte demais. Esta situação é designada de clipping, e é uma das formas de distorção mais comuns, embora possa ser facilmente evitada pelo utilizador.
Enquanto o clipping apenas acontece quando o sinal atinge um determinado limite, existem outras formas de distorção que afetam o sinal constantemente. Seria maravilhoso se todos os aparelhos de áudio fossem perfeitos, mas a realidade é bem diferente.
Nem mesmo os equipamentos topo de gama são perfeitos. Isso significa que qualquer aparelho áudio irá sempre degradar ligeiramente o sinal, ou seja, irá sempre adicionar alguma distorção. Obviamente que a distorção criada por um aparelho topo de gama será muito inferior à distorção criada por um aparelho de gama económica. Esta distorção pode ficar a dever-se à qualidade dos componentes utilizados, à forma como os circuitos eletrónicos foram concebidos, etc.
A distorção de um aparelho é medida através de THD (Total Harmonic Distortion), que aparece em percentagem. Quanto menor for o valor, melhor. Convém salientar que este valor não considera situações de clipping, uma vez que o clipping não depende tanto do aparelho mas mais do nível do sinal de entrada e da utilização que a pessoa lhe dá (volume, etc).
Podemos afirmar que a gama dinâmica de um aparelho áudio está limitada em cima pela distorção, e em baixo pelo ruído, ou seja, um sinal intenso demais provoca distorção e um sinal fraco demais fica mascarado pelo ruído.
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