Como praticar guitarra de forma altamente eficiente ao medir o seu progresso

Last Updated on 2 Maio, 2016 by

Quão eficaz é o seu treino de guitarra? Você sabe se todas aquelas horas a praticar guitarra e se todos aqueles exercícios estão a resultar no seu progresso na guitarra? Muitos guitarristas conseguem dizer se hoje são melhores guitarristas do que eram há 3 ou 5 anos atrás, mas poucos conseguem saber com convicção se estão ou não melhores do que nas últimas 4 ou 6 semanas. Apesar de ser importante ser paciente no processo de alcançar grandes objetivos na guitarra, você não pode esperar anos para perceber se o seu treino está a ser eficaz ou não (ou arrisca-se a perder imenso tempo). Se deseja maximizar a probabilidade de se tornar um bom guitarrista, então além de ter os aspectos certos para praticar, também tem de conseguir saber se o seu treino está a ser produtivo a curto e médio prazo. Para conseguir isto você tem de adquirir o hábito de medir o seu progresso na guitarra.

Apesar de muitos guitarristas saberem deste facto, infelizmente são poucos os que fazem algum tipo de medição constante nos seus progressos. Vários dos poucos que o fazem, apenas medem a sua capacidade de tocar certos exercícios ao longo do tempo, utilizando a evolução de velocidade no metrónomo. Apesar desta medição ser melhor que nada, não nos dá os dados suficientes para saber se estamos a fazer VERDADEIROS progressos nas nossas capacidades musicais.

Além disso as abordagens que utilizamos para medir, por exemplo, o progresso da nossa técnica (apontar a velocidade em bpm’s ao longo do tempo), não se aplicam a áreas onde as capacidades são intangíveis, como por exemplo a capacidade rítmica, improviso, criatividade, ou composição musical. Estas capacidades são intangíveis porque o nosso progresso nelas não pode ser quantificado em termos específicos (comparado com a leitura de um metrónomo e medindo o progresso de velocidade ao longo do tempo). Mesmo assim, medir o seu progresso nestas capacidades intangíveis é de extrema importância se deseja melhorar mais rapidamente como guitarrista. Vamos partilhar um método eficaz que pode utilizar para medir o seu progresso nestas áreas tão importantes.

O processo de monitorar o seu progresso na guitarra nestas áreas intangíveis consiste em dois passos principais. Em baixo estão descritos estes passos e a forma que pode aplicá-los para medir o seu progresso. Medir o seu progresso com as áreas intangíveis consiste nos seguintes pontos:

1. Você tem de dividir a habilidade maior em elementos mais pequenos e específicos que sejam tangíveis e concretos. Domine cada um de forma isolada e depois teste-se ao aplicar todos num contexto musical (já veremos mais sobre isto). Ao testar a sua capacidade de aplicar pequenos componentes de uma capacidade maior, ficará com uma ideia muito mais clara do seu progresso.
2. Grave-se a si próprio a tocar guitarra periodicamente e analise essas gravações em busca de falhas.

Ambos os passos anteriores são igualmente importantes, contudo a ordem em que devem ser seguidos nem sempre é a mesma. Com isto em mente aqui estão alguns exemplos de como os passos anteriores podem ser aplicados para medir o progresso em várias áreas da guitarra.

Ritmo na Guitarra

A maioria das pessoas considera que tocar bases na guitarra é uma única habilidade e por isso têm dificuldade em medir e melhorar o progresso nesta área da guitarra. O facto é que a habilidade de tocar bases na guitarra pode e deve ser dividido em várias habilidades mais pequenas que possam ser medidas. Alguns destes elementos incluem as técnicas palm muting, articulação, capacidade de tocar em compassos menos comuns, resistência e consistência para manter a base firme ao longo do tempo. Ao dividir o “Ritmo na guitarra” em sub-elementos tangíveis, podemos definir um conjunto de objetivos para melhorar cada um destes elementos em separado, melhorando assim o nosso nível geral na guitarra ritmo.

Ao criar objetivos específicos mais pequenos, pode então praticar de uma forma em que tenha um feedback imediato sobre a eficácia dos seus esforços. Por exemplo, se definiu um objetivo de melhorar a resistência da sua mão da palheta, em 4-6 semanas você pode medir se os seus esforços resultaram em ganhos ou não. Isto é completamente diferente de praticar durante meses o ritmo num nível geral sem saber se fez algum progresso ou não.

Você deve monitorar o seu progresso nestes mini objectivos gravando-se a si mesmo a tocar. Ao ouvir de forma crítica as suas gravações será ainda mais fácil perceber se melhorou.

Improviso

Assim como o ritmo, improvisar é também um bom exemplo de uma área geral que consiste em várias capacidades diferentes. Apesar de ser largamente uma área “criativa”, o improviso pode ser divido em pequenos elementos que podem ser facilmente medidos em nível de progresso. Alguns destes elementos incluem (mas não são os únicos): saber quais as notas do acorde da base em que você está a improvisar, saber as notas no braço da guitarra, estar apto a tocar frases melódicas identificáveis de forma a que seja possível “ouvir antes do tempo” o que irá tocar de seguida.

Assim ao invés de improvisar aleatoriamente e “ter fé” que a sua capacidade nesta área da guitarra melhore, você pode ser pró-activo a medir o seu progresso em cada elemento que contribui para um bom improviso. Além de tornar o seu progresso bem mais transparente, praticar desta forma permitirá que faça um progresso mais rápido.

Ao praticar desta forma meça o seu progresso ao criar gravações de si mesmo a improvisar e a analisar essas gravações de forma crítica, procurando “padrões” na forma como aborda o improviso e que não soem tão bem. Procure vícios que não lhe agradam. Pergunte-se a si mesmo: “o que poderia mudar neste improviso para que ele melhorasse?”.

Fraseado

O tópico do fraseado (a capacidade de aplicar expressão musical às notas que toca) é algo com que muitos guitarristas se debatem. Para começar a medir o seu progresso nesta área você tem de identificar quais os micro elementos desta capacidade que você mais precisa de melhorar. Mais uma vez terá de gravar-se a si próprio a tocar e ouvir com um ouvido crítico o seu improviso. Os pontos mais comuns que costumam ter problemas são uma falta (ou um fraco) vibrato, falta da aplicação de técnicas de embelezamento das notas, tais como os slides, bends, etc. Ou não conseguir fazer com que as frases encaixem na música.

É importante mencionar que este artigo não menciona a lista completa de coisas que tem de praticar. Esta é apenas uma ilustração dos passos que tem de seguir para que possa medir o seu progresso na guitarra.