O que são Dominantes Secundários e como aplicá-los numa progressão de acordes
Last Updated on 10 Dezembro, 2019 by Ricardo Frade
Uma das coisas que me chateava quando comecei a criar as minhas primeiras progressões de acordes, era sentir que ficavam sempre algo monótonas. Uma ferramenta que podemos utilizar para tornar qualquer progressão de acordes mais interessante é a utilização de Dominantes Secundários. Para entendermos o que é um dominante secundário temos de entender o que é um acorde com função dominante.
Dominantes Secundários – Conhecimentos Prévios
Basicamente cada grau de uma escala tem uma função. Este grau dominante tem a função de preparação (tensão) para o acorde com função tónica da tonalidade em que estamos. Isto significa que quando escutamos esta função dominante na música, automaticamente o nosso ouvido está à espera de ouvir o acorde com função tónica logo de seguida.
Na música tonal esta função encontra-se no V grau da escala. No caso da escala maior, se montarmos o acorde que se forma a partir do quinto grau nós obtemos um acorde maior com sétima menor, ou seja, o famoso acorde com sétima dominante. Vamos a um exemplo. Na escala de Dó maior nós temos as notas:
DÓ – RÉ – MI – FÁ – SOL – LÁ – SI – DÓ
Qual é o quinto grau? Basta contarmos as notas:
1 DÓ – 2 RÉ – 3 MI – 4 FÁ – 5 SOL – 6 LÁ – 7 SI
Então se anteriormente dissemos que no quinto grau da escala maior formamos um acorde maior com sétima menor basta montar o acorde de Sol maior com sétima dominante. Agora experimenta tocar os acordes Dó maior, Fá maior e Sol com sétima dominante no teu instrumento. Toca um compasso por acorde. Notarás que se parares no Sol com sétima o teu ouvido “deseja” ouvir o Dó maior de seguida, dando a sensação de plenitude, sensação de fecho de ciclo.
Então já sabemos que o acorde dominante prepara-nos para o primeiro (o primeiro grau da escala é o acorde com a função tónica mais forte). Nós podemos aproveitar este conhecimento para na nossa progressão prepararmos a entrada de outros acordes da mesma forma. Vamos imaginar a seguinte progressão de acordes em Sol maior:
G | G |Em |Em |
C |C |D7 | D7 |
Temos dois compassos em Sol maior, dois compassos em Mi menor, dois compassos em Dó maior e dois compassos em Ré maior com sétima dominante. Nesta progressão já temos um acorde com função dominante, o D7. Se contarmos todos os acordes de Sol maior veremos que este é o Quinto Acorde da escala.
Acrescentar Dominantes Secundários
O que podemos fazer agora é utilizar dominantes de outros acordes da progressão. Por exemplo, o nosso último acorde é Ré7. Vamos descobrir qual é a quinta perfeita de Ré. Montando a escala de Ré maior: 1 Ré – 2 Mi – 3 Fá# – 4 Sol – 5 Lá.
Lá é a quinta perfeita de Ré. O que vamos fazer agora é: No primeiro dos dois compassos de Ré7 vamos substituir esse acorde por Lá7. Então o que fará este acorde na progressão? Sendo Lá7 o quinto grau de Ré, este acorde vai criar uma sensação de preparação para nos movermos para Ré7 que por sua vez nos prepara para ir para Sol.
G | G |Em |Em |
C |C |A7 | D7 |
Então o Ré 7 é o dominante da tonalidade. Já o Lá7 que é um acorde que trouxemos da tonalidade de Ré será chamado de dominante secundário. Ou seja um dominante secundário é um acorde dominante que vamos trazer de outra tonalidade para preparar para um acorde que esteja dentro da progressão.
Podemos fazer isto com qualquer acorde. Por exemplo, o dominante do acorde de Dó seria o Sol 7. Vamos colocar o Sol 7 a preparar o Dó que está na progressão:
G | G |Em |Em |
G7 |C |A7 | D7|
Esta é a função e utilização de dominantes secundários. Os dominantes secundários são uma ótima forma de criares maior interesse às tuas progressões de acordes.