
Como se tornar um grande guitarrista solo de Rock
- Postado por Ricardo Frade
- Categorias Guitarra
Last Updated on 20 Fevereiro, 2015 by
“Tornar-se um mestre não significa fazer 4000 coisas; significa fazer 12 coisas 4000 vezes” – Chet Holmes
Muitas vezes os estudantes de guitarra simplesmente querem coisas novas – um novo exercício, uma nova escala, uma nova ideia de arpejo, mais acordes. E apesar destas coisas serem todas ótimas e benéficas para nós músicos, na maioria das vezes não são necessárias. Se você toca guitarra por algum tempo, há uma grande chance de ter já um caderno cheio de ideias. Provavelmente aprendeu pedaços de várias músicas através de tablaturas na internet ou vídeos do seu professor ou outros professores. Possivelmente já tem livros e vídeos de instrução suficientes para não conseguir aprender todos os exemplos durante a sua vida toda. Há até uma grande chance de já saber tudo o que precisa. Agora é hora de dominar isso.
O que é melhor? Aprender 4000 padrões de arpejo que não podem ser lembrados rapidamente num improviso ou saber doze e tocá-los com o máximo nível de convicção, fraseado e ritmo?
Para responder a esta questão vamos olhar para os célebres mestres da guitarra. Não estou a falar de pessoas que atingiram níveis virtuosos por si só. Estou a falar dos guitarristas mais famosos, influentes e mais ouvidos dos últimos 60 anos. Estou a falar de Jimi Hendrix, Eric Clapton, Jeff Beck, Jimmy Page, Eddie Van Halen, Angus Young, Carlos Santana… – você sabe, os guitarristas que vê ano após ano nas capas das revistas de guitarra. Estes podem nem ser necessariamente os seus guitarristas favoritos, mas são alguns dos guitarristas mais populares no rock.
Quando paramos para estudar estes guitarristas lendários, chegamos a uma conclusão simples “Estes tipos não fazem muitas coisas bem, eles fazem poucas coisas mas de forma brilhante“.
Vejamos Jimmy Page como exemplo. Ele sabe todos os formatos da escala pentatónica e todas as notas por nome? Talvez. Ele conhece a escala menor harmónica? Possivelmente. Ele consegue tocar um arpejo Ré bemol 9 e aplicá-lo na escala Frígia Dominante? Duvidoso. Mas quando o ouve a tocar, de repente a resposta a essas perguntas torna-se “Quero lá saber”. Então o que faz dele ser tão bom se não sabe todas as respostas sobre estas coisas que passamos mais tempo a discutir do que devíamos? Lembre-se da afirmação de Chet Holmes. Vou descrever 12 coisas simples que já deve saber mas que provavelmente tem de as fazer mais:
1. Vibrato – Não imagina a quantidade de guitarristas que conseguem tocar um montão de notas, mas não conseguem tocar uma nota bem.
2. Bending – Muitos guitarristas utilizam o bend. Poucos utilizam-no afinado.
3. Hammer-on e Pull-off – A nota que é ligada deve ter suavidade e ser tão alta como a nota palhetada.
4. Dois formatos de pentatónica – Memorize o primeiro e quarto formatos da escala pentatónica menor em todos os tons.
5. Slides – Toque-os com ritmo e sem perder volume.
6. Palhetada – Aprender como palhetar bem de alguma forma. Pode ser palhetada alternada, palhetada económica, sweep picking, ou palhetada híbrida. Não precisam de ser todas, escolha uma e domine. Muitos bons guitarristas não palhetam muito rápido, mas palhetam com convicção.
7. Ritmo – Muitos guitarristas focam-se em solar sem terem dominado a arte do ritmo. Não se trata só de notas, trata-se de Groove.
8. Silencio – Faça uma pausa aqui e ali. Não precisa de encher toda a música com semicolcheias.
9. Confiança – A diferença entre um bom guitarrista e um ótimo guitarrista é muitas vezes uma questão de confiança. Toque essas notas com convicção.
10. Equilíbrio – Ótimos guitarristas equilibram passagens altas com passagens suaves. Equilibram passagens rápidas com lentas.
11. Mostre as suas influencias – Aprenda alguns licks dos seus guitarristas preferidos, e use-os muito.
12. Utilize um movimento característico – Jeff Beck é um mestre do whammy bar. O Santana é um mestre de vibratos que duram muito tempo. Eddie Van Halen é um mestre do two-hand tapping. Qual é o seu movimento característico? Decida e domine-o.
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Professor de guitarra e criador da Academiamusical.com.pt, Ricardo Frade é um apaixonado pela música e pretende incentivar o estudo da música em Portugal e Países Lusófonos.
O seu instrumento primário é a guitarra. O instrumento secundário é o piano. É aficionado por bandas sonoras instrumentais, área onde ambiciona atuar. Trabalha com ensino musical, produção musical e deseja conseguir contribuir para a dinamização do ensino da música em Portugal.
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