
Como improvisar sobre acordes na guitarra – I
- Postado por Ricardo Frade
- Categorias Guitarra
Last Updated on 21 Março, 2019 by Ricardo Frade
Aprender a improvisar em cima de acordes na guitarra é muito importante para aplicar o seu conhecimento teórico de escalas e as técnicas práticas que aprendeu num contexto musical. Se você for o solista de uma banda (lead guitar), ou deseja ser, saber como improvisar sobre acordes é crucial. Esperemos que depois dos próximos artigos sobre este assunto você se sinta mais confiante com isto.
Antes de mais você já deve entender o que são escalas musicais, e acordes musicais. Claro que também já deve conhecer a sua guitarra. Você já deve conhecer algumas escalas no braço da guitarra, se não conhece pode ver aqui. Se você tomar completa atenção a esta série de artigos e começar a aplicar o que iremos ver um bocadinho todos os dias, garanto que estará a criar os seus solos mais cedo do que imagina. E claro irá estar apto a improvisar sobre acordes na guitarra. Compreenda que terá de dar algum tempo a este estudo, que exige um bom tempo de prática.
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Escolher a escala para improvisar
Uma grande dúvida é: Como aplicar as escalas que já aprendeu em cima da progressão de acordes? Esqueça para já as progressões! O primeiro passo é aprender a aplicar as escalas em cima de um único acorde. Improvisar/solar em cima da mudança de acordes é um conceito bem mais avançado onde iremos chegar mas temos antes de passar algumas etapas.
Primeiro identificamos quais as escalas compatíveis com os acordes a tocar. Afinal, as notas que utilizarmos no nosso solo ou improviso têm de corresponder a qualquer nota tocada no acorde, ou então existirá dissonância.
Uma vez que aprendeu uma escala ou acorde, deve conhecer as notas/intervalos dentro desse desenho, e não apenas o desenho em si. Sabendo estes intervalos conseguirá “casar” o acorde com uma escala que utilize as mesmas notas. Vamos ver o processo:
- Identifique a tónica para estabelecer o tom do seu improviso.
- Identifique o tipo de tríade, se é maior, menor, suspenso, diminuto ou aumentado.
- Identifique se o acorde é dominante, maior7 ou menor7.
- Identifique todas as extensões que o acorde possa ter (9ª, 13ª, etc).
Vamos já mostrar este primeiro passo mais em baixo. Este processo é crucial já que define o tom em que irá tocar e as escalas/intervalos que pode utilizar no improviso ou solo. Só depois podemos avançar para aprender a aplicar estas escalas. Pode acontecer que o acorde que está a ser tocado seja só uma tríade ou até um power chord, e nesse caso os pontos 3 e 4 são irrelevantes, e então terá uma escolha maior de escalas para colorir estes acordes.
Encontrar o tom
Quando improvisa sobre acordes, o tom do improviso é normalmente definido pela tónica do acorde, que no caso se torna a tónica da escala que utilizar. Este normalmente é a nota mais grave do acorde e é normalmente utilizada nas cordas 4, 5 ou 6. A tónica tem o número 1.
Para este exemplo, aqui está um acorde e uma escala relacionada com os intervalos identificados. Identifique as tónicas destes diagramas:
Como pode ver, ambos os padrões têm a sua tónica na corda 5. Contudo, o que é mais importante é a nota tónica em si, já que define o tom. Então se a tónica do acorde é um Ré, já sabemos que qualquer escala que escolhamos tem de ter Ré como tónica. O nosso improviso estará então no tom de Ré. Devemos tocar uma escala de Ré.
De preferência, já deve saber os acordes a serem utilizados durante o improviso. Dessa forma, já sabe o nome dos acordes e as tónicas de cada um. Podemos utilizar esta tónica para encontrar o nosso ponto de partida para o nosso improviso. É uma boa ideia utilizar a 5ª ou sexta cordas como ponto de partida, já que os formatos de acorde e escalas mais conhecidos iniciam nestas cordas.
Por exemplo, se o acorde for um Si maior/menor, devemos encontrar a nota Si na corda 6 que está na casa 7. Se o acorde for de Mi bemol podemos utilizar a 6ª casa da quinta corda. Se o acorde for de Mi ou Lá pode utilizar as cordas soltas desde que esteja familiarizado com escalas nesta posição do braço da guitarra.
Então já estabelecemos teoricamente o tom e o ponto de partida para o seu improviso. Como irá ver nos próximos artigos, não temos de começar obrigatoriamente o improviso na tónica – é apenas uma referência para nos ajudar. Agora o exercício para si é o seguinte. Pegue num acorde qualquer e visualize-o no braço da guitarra. Depois vai visualizar as opções de escalas que pode utilizar em cima desse acorde utilizando o método de análise que vimos em cima. Se possível grave esse acorde tocado num pedal de loop ou no computador e tocas as escalas que escolheu em cima do acorde.
Pode começar já a fazer pequenos improvisos tomando sempre atenção ao efeito que cada nota tem quando tocado em conjunto com o acorde. Não tenha pressa, deve ficar um bom tempo a fazer isto até interiorizar bem o conceito. No próximo artigo, iremos focar-nos na identificação do tipo de acorde. Avançar para a segunda parte.
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Professor de guitarra e criador da Academiamusical.com.pt, Ricardo Frade é um apaixonado pela música e pretende incentivar o estudo da música em Portugal e Países Lusófonos.
O seu instrumento primário é a guitarra. O instrumento secundário é o piano. É aficionado por bandas sonoras instrumentais, área onde ambiciona atuar. Trabalha com ensino musical, produção musical e deseja conseguir contribuir para a dinamização do ensino da música em Portugal.
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