
Como conseguir o timbre desejado na guitarra
- Postado por Ricardo Frade
- Categorias Guitarra, Instrumentos, Tutoriais
Last Updated on 8 Abril, 2019 by Ricardo Frade
Muitas pessoas falam sobre o timbre na guitarra elétrica. Como sabe no caso da guitarra elétrica há inúmeros fatores que influenciam o timbre, desde a guitarra, cordas, pickups, até aos amplificadores, pedais e etc. Neste artigo vamos ver as várias maneiras de manipulação do timbre desde as definições do amplificador às definições dos efeitos.
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Exploração básica
Sempre que adquirir um novo equipamento como um amplificador ou um pedal de efeitos a primeira coisa que deve pensar em fazer é: Testá-lo! Teste todas as posições dos Knobs, todas as possíveis combinações nas opções do seu equipamento. É impossível explicar a importância deste ato. Experimentar todas as possibilidades para começar a conhecer o seu equipamento.
Controlos de timbre
Os controlos de timbre são encontrados na maioria dos amplificadores e de muitos efeitos. Aprender a desenhar o seu som com estes controlos é MUITO importante e é algo que se aprende bem a testar.
Treble – Esta é a quantidade de frequências agudas no som. Uma definição alta neste controlo tornará o som afiado e agudo. Tome cuidado para não exagerar neste comando porque poderá tornar o som muito áspero e desagradável. Além disso, se esta frequência estiver muito alta e o volume geral também estiver muito alto, o risco de lesionar a sua audição aumenta muito, os seus ouvidos em primeiro lugar!
Middle – Este é o controlo mais importante. O comando Middle (médias frequências) pode alterar totalmente a característica do som. Cortar os médios de um som bem distorcido dará um som mais rock clássico ao estilo muito utilizado nos anos 80, enquanto que uns médios mais acentuados criarão um som mais “nasal“.
Bass – Normalmente ajustado entre 6-7 ou mais, isto adiciona frequências graves ao som. Em alguns amplificadores terá de ajustar este controlo mais alto ou o som será demasiado “vazio”. Nos amplificadores muito pequenos é difícil obter uma boa dose de graves no som porque os altifalantes são muito pequenos para os produzir.
Efeitos de Distorção e Overdrive
Estes efeitos foram originados por pessoas a aumentar o volume de amplificadores a válvulas muito acima daquilo que elas suportavam, fazendo com que o som “rachasse“. Este som é criado pela forma como o sinal da guitarra atua numa válvula quando existe demasiado sinal a entrar na mesma. Produtos a válvulas (amplificadores e pedais) geralmente têm um som melhor, mais quente e claro, mas são menos viáveis, pesados e mais frágeis. As válvulas aquecem muito, e nunca deve mover um amplificador a válvulas quando estas estiverem quentes pois é muito suscetível que se estraguem.
Distorção digital tende a soar mais metálico ou sintético e menos real. Alguns amplificadores modernos utilizam novas tecnologias de emulação que fazem o som soar bem parecido ao som produzido pelas válvulas. Algumas pessoas preferem este tipo de amplificador devido à sua viabilidade. O som é mais consistente (não precisa esperar que as válvulas aqueçam) e são fáceis de mexer. Alguns amplificadores têm a mistura de ambos como o LINE 6 SPIDER VALVE 112 MKII. Pedais Overdrive, Distortion, Gain e Drive – Existem vários tipos diferentes de pedais de distorção, desde o caro Mad Professor Hand Wired Fire Red Fuzz aos mais comuns como o BOSS DS1. Outro clássico é o Ibanez 9 Series Jd9 Jet Driver Overdrive, que também é ótimo. Um pedal do tipo blues dar-lhe-á um bom som “sujo” de blues (como Led Zeppelin ou Jimi Hendrix) e um pedal de distorção ao estilo Metal dar-lhe-á um som mais pesado, distorcido (como Metallica ou Slipknot). Os pedais da marca Boss são recomendados, são feitos de caixas de metal bastante fortes e resistentes e têm um pedal bastante largo. Normalmente utilizam 3 Knobs, Gain, Tone e Level.
Gain (também chamado de Drive, Overdrive ou Distortion) – Define a quantidade de distorção. Alto nível de Gain irá comprimir o som e torná-lo muito distorcido ao estilo de metal, com um Gain mais baixo terá um melhor som para o ritmo.
Tone – Atuam como os de amplificador (veja em cima).
Level – Controla quão alto o som sai do pedal.
Efeitos de Reverb
O Reverb (ou reverberação) é o eco natural encontrado na maioria dos espaços. Se bater palmas num quarto pequeno e depois numa grande igreja irá notar perfeitamente o efeito natural da reverberação. Este efeito é encontrado muitas vezes nos próprios amplificadores e claro existem pedais de efeitos com o mesmo propósito, e este é provavelmente o efeito mais comum. A maior parte das músicas que ouve nos álbuns têm reverb nas guitarras. Normalmente estes efeitos têm só um controlador, a quantidade de reverb, mas por vezes também têm a opção de escolher o tipo de espaço físico que queremos emular, como uma igreja, um quarto, etc.
Tipo de Reverb – este controlo indica o tipo de reverb a utilizar como foi dito em cima.
Decay – indica a duração que o reverb vai demorar a desaparecer.
Level – esta opção indica quão alto o reverb irá soar.
Delay Digital, Analógico e Echo
Estes são efeitos mais específicos e são mais comummente encontrado em pedais e raramente incluídos nos amplificadores. Estes efeitos repetem o som alguns milissegundos (ou mais) após o som ser tocado e repetem-no num número de vezes, desvanecendo lentamente. É um efeito muito útil que pode ser utilizar de forma subtil ou com grandes durações de atraso (delay). Os mais interessantes são os velhos efeitos Tape Echo, mas são muito caros e muitas vezes menos viáveis. Mais populares são os delays digitais modernos (a Série Boss DD são excelentes) que podem ter várias opções que podem incluir reverse delay e multitap delays, em alguns pode-se definir o tempo de repetição. As definições mais comuns são o Time, Feedback e Mix.
Time – Controla a duração antes com que o som com delay será ouvido. Pode ser qualquer duração até dois segundos mas normalmente utiliza-se por volta de 300 milissegundos. Delays longos podem ser difíceis de ouvir porque quando muda de acorde o efeito não acompanha os novos acordes e o som pode soar fora de tom.
Feedback – Controla quantas repetições existem. As definições mais baixas darão uma só repetição, as definições mais altas parecem repetir-se indefinidamente.
Mix – Controla quão o sinal do efeito de mistura com o som original da guitarra.
Efeitos de compressão
Compressores “comprimem” o som. O que significa isso? Basicamente torna o som mais baixo quando este é muito alto e torna o som mais alto quando este é muito baixo tornando o som das notas mais normalizado.
Squash – quantidade de som a ser comprimida.
Level – Quão alto o som comprimido será.
Efeito Chorus
O efeito de Chorus é normalmente encontrado em pedais de efeitos mas por vezes alguns amplificadores também os têm (como o Roland Jazz Chorus). Este efeito divide o sinal em mais que uma parte e ajusta o tom de uma (ou mais) aumentando ou diminuindo. Este efeito pode fazer parecer que estamos a tocar mais que uma guitarra e é um efeito muito popular e comum, normalmente tem três controladores, o Rate, o Depth e Mix.
Rate / Speed – Controla quão rápido o tom da nota é modificado.
Depth / Width – Controla quão o tom da nota é modificado, quanto “fora do tom” os sons adicionais são.
Mix – Controla quão o sinal com efeito é misturado com o sinal original da guitarra.
O efeito Chorus foi muito utilizado pelos Nirvana com grandes resultados. O contraste entre o efeito na guitarra limpa e da guitarra distorcida sem o efeito ajudou muito aos arranjos das músicas.
Flanger / Phaser
O efeito Flanger é parecido com o efeito Chorus na medida em que divide o sinal e adiciona o efeito numa parte do mesmo. Com o efeito Flange, um dos sinais tem uma frequência acentuada que gradualmente aumenta e diminui. É um efeito muito distinto, normalmente utilizado para partes de uma música (como o verso) em vez de utilizado na música inteira.
Wah-Wah
O efeito Wah-Wah foi imortalizado por Jimi Hendrix que o utilizou diversas vezes e foi das primeiras pessoas a utilizar este efeito. Tem um som parecido a alguém a falar, e a maioria das pessoas faz gosta de fazer algumas caretas enquanto o usa para criar um efeito mais teatral. Este consiste num pequeno potenciómetro como os knobs de tone da guitarra, que é apertado e desapertado consoante apertamos e desapertamos o pedal.
Tremolo
O efeito Tremolo é basicamente como um controlo de volume sendo aumentado e diminuído de forma rápida. Os seus comandos:
Depth – Quão queremos que o volume mude. Definições baixas terão um efeito mais subtil.
Speed – Quão rápido queremos que o volume se modifique.
Este foi um breve guia com alguns dos efeitos mais utilizados na guitarra, claro que existem mais, mas deixaremos isso para outros artigos individuais onde veremos cada efeito de forma mais extensa e pormenorizada.
https://www.facebook.com/RicardoF.Guitarra/
Professor de guitarra e criador da Academiamusical.com.pt, Ricardo Frade é um apaixonado pela música e pretende incentivar o estudo da música em Portugal e Países Lusófonos.
O seu instrumento primário é a guitarra. O instrumento secundário é o piano. É aficionado por bandas sonoras instrumentais, área onde ambiciona atuar. Trabalha com ensino musical, produção musical e deseja conseguir contribuir para a dinamização do ensino da música em Portugal.
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