Amplificadores
Os amplificadores desempenham um papel fundamental em qualquer sistema de som ,uma vez que os sinais elétricos obtidos junto das fontes sonoras são extremamente fracos quando comparados com os necessários para fornecer som às colunas. O princípio de funcionamento interno dos amplificadores passa pela utilização de componentes eletrónicos semicondutores, que com base na energia da alimentação criam à saída um sinal diretamente proporcional à entrada.
Do ponto de vista da amplificação, é feita a distinção entre pré-amplificadores e amplificadores de potência. Os primeiros são usados especialmente para amplificar ligeiramente o sinal de forma a que este possa ser tratado (equalizado, misturado com outros sinais, etc.) com níveis minimamente aceitáveis.
Os pré-amplificadores terão no máximo potência suficiente para fornecerem energia a headphones, e mesmo assim com pouca intensidade, enquanto que os amplificadores de potência conseguem produzir sinais bastante fortes para o normal funcionamento de uma ou mais colunas, partindo do princípio que na entrada do amplificador já se encontra um sinal previamente pré-amplificado.
Embora no caso dos equipamentos HI-FI, os “amplificadores” tradicionalmente tenham ambas as funções (pré-amplificador e amplificador de potência), nos equipamentos profissionais de som as tarefas encontram-se divididas: os pré-amplificadores estão normalmente situados na mesa de mistura ou em equipamentos próprios, e os “amplificadores” apenas tratam da amplificação da potência propriamente dita.
Amplificadores e VálvulasAinda hoje continuam as discussões sobre o facto de os amplificadores a válvulas serem melhores ou não que os amplificadores tradicionais (com transístores). A discussão começou há muitos anos atrás… Os amplificadores a válvulas têm mais apetência para distorcer o sinal do que os amplificadores a transístores. Mas a distorção adicionada é uma distorção constituída essencialmente por harmónicos pares que até são agradáveis ao ouvido, enquanto que a distorção criada por transístores é essencialmente constituída de harmónicos ímpares, que são desagradáveis ao ouvido. Além disso, o transístor é um componente muito linear (até demais), e o processo de amplificação tem como base a alimentação elétrica do amplificador, pois é aí que o amplificador vai buscar energia para a sua saída, tornando-o muito dependente da qualidade da alimentação: se a alimentação elétrica do amplificador for muito estável, a qualidade do sinal de saída também é estável; se a alimentação elétrica do sinal não for estável, essas imperfeições passam para o sinal de saída. A diferença é que as válvulas não são tão dependentes da qualidade da alimentação. Mas atualmente, com as fontes de alimentação cada vez melhores, a diferença de qualidade não é tão grande quanto isso. No entanto, alguns audiófilos continuam a pagar fortunas para terem amplificadores a válvulas, nem que seja para terem aquele som mais quente. Do ponto de vista do áudio profissional, as únicas situações onde as válvulas continuam a ter algum peso são nos amplificadores de guitarra (quer sejam pré-amplificadores ou amplificadores de potência), e em muitos pré-amplificadores de voz, existindo inclusivamente muitos microfones com válvulas internas, de forma a adicionar o tal som “quente” (com harmónicos pares) à voz dos vocalistas. |
Potência e impedância
Os amplificadores apresentam normalmente a potência em função da impedância das colunas. Por exemplo, um amplificador poderá ter as seguintes potências:
Impedância das colunas | Potência do amplificador |
8Ω | 500W + 500W |
4Ω | 850W + 850W |
2Ω | 1300W + 1300W |
Potência de um amplificador em função da impedância das colunas.
Quanto menor for a impedância, maior é a potência debitada. No entanto, os amplificadores têm um limite – não se pode baixar a impedância indefinidamente. Se alguém quer ligar em paralelo duas colunas por canal com 4Ω cada, a impedância vista pelo amplificador é de 2Ω, algo que o amplificador pode ou não suportar. Alguns amplificadores têm circuitos de proteção que disparam quando a impedância é menor que a suportada (ou em caso de curto-circuito), mas não todos.
Funcionalidades adicionais
O bridge mode é uma funcionalidade que alguns amplificadores de potência têm e que permite duplicar a potência de saída, passando a usar apenas um sinal mono.
Por exemplo, um amplificador stereo de 2x 250W, pode fornecer um único canal a 500W de potência. Para isso, os amplificadores colocam internamente o sinal de entrada (mono) nos dois canais, mas invertendo a fase no segundo canal, criando um género de sinal balanceado de potência
Uma funcionalidade muito interessante de alguns amplificadores é a inclusão de mecanismos de protecção contra curto-circuitos e sobrecargas. Assim, sempre que ocorra uma determinada situação que possa resultar na avaria do próprio amplificador, este dispara um género de disjuntor interno que age como protecção, desligando o amplificador.
Outra opção bastante vantajosa, é o limiting. Numa situação normal, se o amplificador receber um sinal muito forte à entrada, vai ocorrer distorção. Essa distorção tem duas desvantagens importantes. Para além de piorar a qualidade do som, poderá aquecer demais os altifalantes das colunas, resultando na avaria dos mesmos. O limiting permite diminuir automaticamente o sinal de entrada enquanto este for forte demais, evitando assim situações de distorção.
Amplificadores de estúdio
Embora hoje em dia praticamente todas as colunas de estúdio sejam ativas (já incluindo um amplificador interno), pode haver casos em que isso não acontece, sendo necessário um amplificador externo. Para estas situações, o ideal é usar amplificadores próprios para estúdio, por causa de duas questões essenciais: por um lado costumam ter uma resposta em frequência mais linear; por outro lado, por estes não usarem ventoinhas para arrefecimento interno, mas grandes dissipadores de calor, tornando-os silenciosos.
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1 Comentário
Boa tarde,
Estou de quarentena e preciso de música pelo que, a sua ajuda é essencial.
Tenho 1 amplificador AMC SIA 3000 que diz Power rating: 150W, 230v e 50 Hz e as colunas são KEF Q15 que dizem:
Imp. 6 – 10-100W. O amplificador já foi para arranjar 2 vezes e aquece muito se estou a ouvir música horas seguidas. Confesso que não percebo nada disto mas pergunto se entende que há equilíbrio de potência entre as colunas e o amplificador, o porquê dele aquecer. Já comprei tudo há + 20 anos. O leitor de Cds é Marantz e confesso que adorei o som grave das KEF mas, ao que parece, há incompatibilidade. Só não entendo porque aconteceu depois de tantos anos.
Agradeço imenso o favor da sua opinião. Sempre grata.
Felicidade Cunha